Marismas são ecossistemas costeiros intermareais presentes ao redor de todo o globo nas

médias e altas latitudes com relevo pouco expressivo, em geral planícies ou depressões alagadas. No Brasil, as marismas estão presentes em estuários, lagunas e baías ao longo da costa dos estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.

As marismas são ambientes com grande estresse de salinidade e temperatura, sendo usualmente hipersalinas, a vegetação que domina é composta de angiospermas herbáceas adaptadas a essas variações. Assim como ocorre nas regiões de manguezal, as marismas também possuem uma zonação quanto à vegetação em função do grau e tempo de inundação de cada zona.

 

Fig. 1) Marisma da Lagoa dos Patos - RS Fonte:Cíntia Berenho

A região de marisma baixa que fica constantemente inundada tem predominância de grama-alta macega-mol (Spartina alterniflora), já na região que inunda ocasionalmente, marisma média, ocorre o predomínio de Spartina densiflor, grama alta macega.O junco (Juncus effusus) predomina nas regiões mais altas, marisma alta, onde as inundações são pouco freqüente.

Marisma alta, no detalhe o Juncus effusus. Fonte: TVA

 

Área de marisma baixa com predomínio de macega-mol. Fonte: Peld

Marisma média com grama alta macega. Fonte: HBNWRC  

As marismas são consideradas verdadeiros ecossistemas úmidos formados por depressões próximas à foz de um rio que sofrem inundação pelas marés e pela descarga fluvial, podendo estar associado a regiões estuarinas e deltáicas. São ambientes onde existe uma grande quantidade de matéria orgânica que dá suporte a uma alta produtividade primária e contribui com até 70 toneladas de detritos vegetais para as teias alimentares associadas, além disso, as marismas têm importante papel na atenuação dos processos erosivos costeiros e na oferta de abrigo para juvenis de diversas espécies de crustáceos, moluscos e peixes comerciais que utilizam esse ambiente para a reprodução, além de servir de local de repouso para aves migratórias.